Nós falamos muito sobre Alimentação Consciente, sobre a importância de prestar atenção ao que come e escutar o seu corpo, para perceber se está com fome ou saciado. Mas, na prática, o que significa isso?
A Alimentação Consciente é estar atento aos pensamentos, sensações físicas e emoções que estão inclusas no ato de comer.
É perceber “as fomes” que temos. Já ouviu a expressão “comer com os olhos?”. Além da fome dos olhos, temos a do nariz, ouvidos, boca, estômago, células, mente e coração.
A escolha de uma Alimentação Consciente, saudável e equilibrada é mais do que nutrir o corpo, é nutrir a mente e um investimento de longo prazo à sua saúde.
O ato de comer tornou-se insignificante, por isso, aquilo que comemos tem pouca importância; limitamo-nos a mastigar uma barra de cereais e continuamos o nosso dia frenético que nos deixa de rastos…
Dois dos maiores problemas das dietas modernas são a fraca qualidade e a excessiva quantidade. Comemos até ficarmos cheios e não descansamos para fazer a digestão.Estamos tão presos a uma mentalidade capitalista de “mais é melhor”…
Uma prática essencial na Alimentação Consciente é percecionar que tipo de fome estamos a alimentar. Antes de comer devemos fazer uma pausa e investigar: “o que é que está com fome?” ou “que fome estou a alimentar?”… todos nós já fomos seduzidos por um bolo numa vitrine de uma pastelaria mesmo sem fome.
Quando não ouvimos aquilo de que o corpo precisa- quando ignoramos o pedido de uma boa injeção de energia através de bons alimentos e saltamos uma refeição – obrigamos o nosso corpo a um esforço acrescido.
Quando aprendemos a levar a máxima “somos o que comemos” até ao nível mais elevado, sabemos que tudo que consumimos se torna parte de nós.
É tempo de sentirmos o que comemos e de criticarmos (não comprando) alimentos altamente processados, como todos os pré-preparados para chegar a casa e colocar no forno.
Não pode comer “porcaria” e esperar o impossível. Se procura um propósito maior, seja ele qual for, tem que agir em conformidade com ele.
Olhe para a sua agenda e comece a dedicar mais tempo à sua alimentação e às suas refeições. Se não planear o seu almoço, acabará por engoli-lo à pressa entre compromissos.
Perceba que o que entrar pela sua boca será o que você é nos dias e semanas seguintes. Ouça o seu corpo e respeite-o.
Veja algumas dicas para começar a praticar uma Alimentação Consciente:
• Perceção – Antes de dar a primeira mordidela, pare, respire e observe o que vai comer. Tome consciência se esses alimentos são os mais adequados… questione-se sobre se tem fome e que tipo de fome tem…
• Mastigue devagar – O nosso cérebro demora cerca de 20 minutos para receber a mensagem de que o corpo foi alimentado. Quando come com calma, percebe que está saciado. Se devorar a comida, precisa de mais para se satisfazer. Quanto mais fome tiver, mais importante é mastigar vagarosamente.
• Descanse entre as garfadas – Apoie o talher na mesa entre uma garfada e outra para prestar atenção no alimento. Isso ajuda a sair do piloto automático quando nem percebe o que está a comer.
• Use os 5 sentidos – Enquanto estiver a mastigar, ouça os sons do meio envolvente. Perceba a cor e a aparência do alimento, assim como sua textura. Sinta o aroma e então, saboreie, sentindo cada ingrediente na sua boca.
• Não caia no extremo de negar desejos ou carências emocionais, mas também não seja demasiado indulgente.
Comemos muitas vezes para encher um vazio emocional…sem necessidade física.
Quando adota uma Alimentação Consciente, sente mais prazer em comer e, consequentemente, come menos, pois percebe melhor quando está saciado. Experimente por uma semana e veja a diferença.
Proponho que comece hoje a viver a sua verdadeira história de amor com os alimentos.
Mais que aparência é estar cheio de vida e sentir-se lindamente.